quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Exposição de Gonçalo Silva em Valparaíso


Gonçalo Silva, fotógrafo português residente no Chile, inaugurará a sua exposição "Luz e Sombra", na cidade de Valparaíso, no próximo dia 1 de Outubro, às 19 horas, no Salón de Honor da Direcção Cultural da Municipalidade (ex-Café Vienés).

A Comunidade Portuguesa no Chile está cordialmente convidada para a inauguração desta inicativa, que conta com o apoio institucional da Embaixada e estará aberta ao público até ao dia 15 de Outubro.

Discurso de Sua Excelência o Presidente da República na Assembleia Geral das Nações Unidas

Discurso do Presidente da República na 63ª Sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas
Nova Iorque, 24 de Setembro de 2008
“Responsabilidade Partilhada, Destino Comum”





Senhor Presidente

Desejo-lhe as maiores felicidades no mandato que agora inicia. Estamos certos de que dará a melhor continuidade ao excelente trabalho desenvolvido pelo seu antecessor.

Garantir a paz e a segurança internacional, bem como o desenvolvimento sustentável dos nossos povos é a nossa responsabilidade partilhada. A forma como o fizermos determinará o nosso destino comum. A relevância destes propósitos e a centralidade das Nações Unidas na sua prossecução nunca foram tão evidentes. Mas as Nações Unidas serão aquilo que, enquanto Estados-membros soberanos e iguais, quisermos que elas sejam.

Vivemos uma época de aceleração histórica. Um tempo de grandes oportunidades, mas também de desafios à escala global.

Desafios globais implicam uma responsabilidade colectiva. As Nações Unidas são o fórum em que essa responsabilidade colectiva melhor se corporiza. Também por isso, subscrevo a intervenção do Presidente da República Francesa, enquanto Presidente do Conselho da União Europeia.

Num mundo globalizado e interdependente, só instituições multilaterais fortes poderão promover os valores fundamentais da paz, da democracia, dos Direitos Humanos e do desenvolvimento sustentável. Portugal está empenhado em apoiar um multilateralismo efectivo, tendo por base umas Nações Unidas coesas e eficientes.

Para que as nossas palavras não se reduzam a vã retórica, temos de ser coerentes e pôr em prática os valores e os princípios que defendemos. A nossa actuação deve assentar em pressupostos muito claros.

Primeiro, devemos pugnar para que as Nações Unidas disponham dos meios necessários para cumprirem a sua missão; e contribuirmos para a clareza dos mandatos que lhe são confiados.

Segundo, devemos assegurar uma maior representatividade nos órgãos das Nações Unidas e tornar a sua actuação mais transparente.Será razoável continuarmos a ter um Conselho de Segurança sem uma reforma dos seus métodos de trabalho, em que países como o Brasil e a Índia não têm um lugar permanente, e em que África não tem representação com esse estatuto? Seguramente que não, desde logo nestes casos, sem prejuízo da nossa abertura perante soluções eventualmente mais abrangentes.

Terceiro, devemos garantir o cumprimento das declarações sobre Direitos Humanos que subscrevemos. Esta é uma Organização que deve ter bem presente que os destinatários últimos das suas acções não são os Estados, mas os cidadãos e os povos que os integram.


Senhor Presidente,

Portugal tem-se empenhado neste esforço conjunto. Desde logo, através da participação em Operações de Paz. Permitam-me que recorde os largos milhares de portugueses que participaram em mais de 20 Missões lideradas pelas Nações Unidas e os que integram actualmente missões em Timor-Leste, no Líbano, no Kosovo, no Afeganistão, no Chade e na República Centro-Africana.

No ano em que comemoramos o 60º aniversário das Operações de Manutenção da Paz das Nações Unidas, gostaria de prestar homenagem a todos os capacetes azuis. Em particular, à memória daqueles, incluindo portugueses, que deram a vida pelos ideais da Carta das Nações Unidas.

África deve continuar a merecer uma atenção prioritária. Foi essa convicção que nos levou, com os nossos parceiros africanos, à concretização das Cimeiras do Cairo e de Lisboa entre a União Europeia e África, pontos de partida no aprofundamento do diálogo entre os dois continentes.

A comunhão de princípios, os compromissos assumidos e a Estratégia Conjunta UE-África ilustram uma renovada parceria, assente na cooperação em matérias como a paz e a segurança, o desenvolvimento, a boa governação e os Direitos Humanos, o comércio e a integração regional.

A paz, o desenvolvimento sustentável, o acesso à educação e à saúde, a integração das economias africanas nos mercados internacionais são objectivos essenciais para a edificação de uma ordem internacional mais justa, pacífica e equilibrada. Há, por isso, que apoiar os esforços que os Estados africanos realizarem em nome destes objectivos.

Neste contexto, permitam-me que saúde o povo angolano pelo civismo com que decorreu o recente processo eleitoral naquele país. As eleições legislativas tiveram um significado profundo para a consolidação da democracia em Angola, com importantes repercussões políticas regionais.

Saúdo igualmente o acordo político no Zimbabué que desejamos marque uma nova etapa de reconciliação nacional e desenvolvimento político e económico.

uero também felicitar a Guiné-Bissau, que hoje comemora a sua independência. Como co-presidente do Grupo Internacional de Contacto para a Guiné-Bissau, Portugal está empenhado em contribuir para a estabilização de um país, que muito pode beneficiar com o trabalho da Comissão para a Consolidação da Paz.

A Guiné-Bissau é um dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que lhe tem prestado um forte apoio político. Esta Comunidade tem assumido crescentes responsabilidades como parceiro operacional das organizações regionais em que se integram os seus Estados-membros, como a União Europeia e a União Africana, ou de organizações globais, como as Nações Unidas.

A recente Cimeira de Lisboa, na qual Portugal assumiu a Presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, confirmou a determinação dos seus membros na promoção da paz, da democracia, dos Direitos Humanos e do desenvolvimento. Permitiu ainda a definição de uma estratégia comum de afirmação internacional desse bem que partilhamos: a Língua Portuguesa – o 5º idioma mais falado no mundo, ligando Estados e povos nos cinco continentes.

Uma afirmação que deverá conduzir a que o Português se constitua, cada vez mais, como língua oficial ou de trabalho de organizações internacionais.

Portugal assumiu recentemente a presidência da Comunidade das Democracias e caber-nos-á, em breve, a presidência da Cimeira Ibero-Americana – verdadeira referência da cooperação política, assente na comunhão cultural e de valores. São mandatos que muito nos honram e que pretendemos exercer com determinação e confiança.

Portugal acredita que a vocação natural da Aliança das Civilizações para aproximar povos, culturas e religiões é instrumental para um mundo onde o diálogo prevaleça sobre o conflito e onde a tolerância, o respeito pela diversidade cultural e pela identidade própria e a compreensão mútua superem as tensões acumuladas. Damos, por isso, o nosso firme apoio ao Plano de Acção do Alto Representante do Secretário-Geral das Nações Unidas.


Senhor Presidente,

Passaram 7 anos desde que Nova Iorque foi vítima de um dos mais infames actos que o mundo testemunhou na nossa era. Embora, desde então, muito se tenha feito, o Terrorismo continua a ser uma ameaça. A implementação da Estratégia Global é fundamental para o sucesso no combate contra este “inimigo comum”.Neste desígnio é crucial o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais cuja promoção contribui para prevenir o terrorismo.

Outro “inimigo comum”, mais lento mas igualmente destrutivo, é o da fome e da pobreza extrema. Também neste domínio, muito se tem dito e algo se tem feito. Mas muito mais é necessário.

Reiteramos o nosso firme apoio aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Contribuindo no limite das suas possibilidades, Portugal destina a maior parte da ajuda ao desenvolvimento a África, onde os níveis de pobreza são mais marcantes.

É com apreço que registamos a criação da Equipa de Trabalho de Alto Nível sobre a Crise Global de Segurança Alimentar. A luta contra a fome e a pobreza exige uma parceria global reforçada, cabendo um papel central às Nações Unidas e às instituições de Bretton Woods.

Garantir um desenvolvimento sustentável exige que enfrentemos juntos os desafios colocados pelas alterações climáticas. Não actuar agora implicará um legado irreversível para as gerações vindouras, como atesta o último Relatório de Progresso publicado pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPPC) – muito justamente galardoado com o Prémio Nobel da Paz.

Nesta acção conjunta urge apoiar os mais vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas, como os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS) e os Países Menos Avançados. Os oceanos, mares, ilhas e zonas costeiras, cruciais para a vida humana e a prosperidade económica, merecem a nossa maior atenção.

Importa, pois, congregar esforços no sentido de concluir, em Copenhaga, em Dezembro do próximo ano, as negociações de um Acordo global e transparente sobre o futuro regime climático pós 2012.


Senhor Presidente,

O desenvolvimento económico não é um fim em si mesmo. É um meio na via do progresso da humanidade e da afirmação dos Direitos Humanos.

Portugal tem sido o impulsionador do Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais, que esta Assembleia será chamada a adoptar. É nosso entender que o Protocolo constitui um marco na promoção da democracia, permitindo-nos celebrar condignamente o 60º aniversário da Declaração Universal sobre os Direitos do Homem.

Tenhamos sempre presente que a dignidade da pessoa humana não é negociável.

Permitam-me que refira a situação humanitária dos refugiados. Portugal reconhece o notável trabalho desenvolvido pelo Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados. Impõe-se neste caso um continuado esforço colectivo, esforço a que o meu país procurou responder triplicando a sua quota de acolhimento de refugiados.


Senhor Presidente,

Nós somos as Nações Unidas. Está nas nossas mãos o seu destino. O sucesso desta Organização está estreitamente ligado à sua capacidade de regeneração, ao reforço da sua democraticidade, representatividade e eficácia.

Quero, por isso, saudar o consenso verificado nesta Assembleia Geral sobre o processo de reforma do Conselho de Segurança, permitindo que as negociações intergovernamentais se iniciem em breve. É um resultado a que Portugal tem a honra de ter estado ligado de forma directa.

Em devido tempo, no ano 2000, Portugal apresentou a sua candidatura a membro não-permanente do Conselho de Segurança para o biénio 2011-12.A nossa candidatura deverá ser lida à luz dos princípios e valores das Nações Unidas, que há muito defendemos e que a Constituição Portuguesa consagra.

Candidatamo-nos “ao serviço da paz e da estabilidade, do desenvolvimento sustentável e dos Direitos Humanos” e porque acreditamos no papel central desta Organização na prossecução destes objectivos.

Candidatamo-nos em nome da representação equitativa dos Estados, designadamente dos que constituem a maioria dos que integram esta Casa, porque acreditamos que é essa a melhor forma de garantir o sentido de justiça que é essencial para que as decisões sejam aceites por todos.


quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Newsletter "Plano Tecnológico - Portugal a Inovar"


O Plano Tecnológico é uma agenda de mudança para a sociedade portuguesa que visa mobilizar as empresas, as famílias e as instituições para que, com o esforço conjugado de todos, possam ser vencidos os desafios de modernização que Portugal enfrenta.
Este Plano constitui assim o pilar para o Crescimento e a Competitividade do Programa Nacional de Acção para o Crescimento e o Emprego, que traduz a aplicação em Portugal das prioridades da Estratégia de Lisboa, e baseia-se em três eixos:
1. Conhecimento - Qualificar os portugueses para a sociedade do conhecimento, fomentando medidas estruturais vocacionadas para elevar os níveis educativos médios da população, criando um sistema abrangente e diversificado de aprendizagem ao longo da vida e mobilizando os portugueses para a Sociedade de Informação.

2. Tecnologia - Vencer o atraso científico e tecnológico, apostando no reforço das competências científicas e tecnológicas nacionais, públicas e privadas, reconhecendo o papel das empresas na criação de emprego qualificado e nas actividades de investigação e desenvolvimento (I & D).

3. Inovação - Imprimir um novo impulso à inovação, facilitando a adaptação do tecido produtivo aos desafios impostos pela globalização através da difusão, adaptação e uso de novos processos, formas de organização, serviços e produtos.
Alguns exemplos de resultados concretos da implementação do Plano Tecnológico: actualmente, todas as escolas públicas portuguesas têm ligação à Internet em banda larga e são cada vez mais serviços públicos disponíveis online.
Informações adicionais em: http://www.planotecnologico.pt/default.aspx

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Recital do Pianista José Bon de Sousa - CANCELAMENTO



Lamentamos informar que o recital do Pianista Jose Bon de Sousa, agendado para o próximo dia 25, foi cancelado.

Bon de Sousa sofreu uma queda e, devido a uma luxação no braço, está impossibilitado de tocar.

O Blogue da CPC apresenta votos de rápidas melhoras ao Pianista e espera poder contar, brevemente, com a oportunidade de receber, no Chile, outros grandes artistas portugueses.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Felizes Festas Pátrias!

O Blogue da CPC deseja a todos os chilenos e aos portugueses e luso-descendentes residentes no Chile, felizes Festas Pátrias!


sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O Espaço Schengen


A denominação "Espaço Schengen" abarca vários Países europeus que dispuseram a abolição de fronteiras entre si, facilitando a circulação de pessoas, bens e serviços internamente.

Cidadãos estrangeiros que entrem em qualquer um desses Países poderão circular livremente em todos os outros.

Actualmente, as disposições do acervo de Schengen são aplicadas na íntegra por quase todos os Estados-Membro da UE - Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Hungria, Itália, Grécia, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polónia, Portugal, República Checa e Suécia – bem como pela Noruega e pela Islândia.

A Suíça também decidiu aderir, o que significa que os controlos dos indivíduos nas fronteiras irão desaparecer dentro de alguns anos. A Suíça terá o mesmo estatuto de associado que a Noruega e a Islândia, que também não são membros da UE.

Os Estados-Membro da UE que ainda se encontram fora do Espaço Schengen são a Bulgária, o Chipre, a Roménia, o Reino Unido e a Irlanda.

Os cidadãos de terceiros Estados deverão solicitar visto para dar entrada no Espaço Schengen, à excepção dos nacionais de Países isentos (Ver lista "Terceros países cuyos nacionales están exentos de VISA en los Estados miembros de la UE", no Blogue Actos Consulares Vistos / VISAS) e familares de cidadãos comunitários.


Mais informações sobre o Espaço Schengen em:
http://ec.europa.eu/youreurope/nav/pt/citizens/travelling/schengen-area/index.html (ver Links Institucionais).

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Nasceu o 4º "bloguinho"!




Era surpresa, mas alguns Compatriotas deram uma espreitadela e descobriram: nasceu um novo"bloguinho"!


No dia em que o Blogue da CPC celebra os seus 3 meses de existência, novamente prestamos homenagem à Comunidade Portuguesa no Chile, com o anúncio da criação do 4º "bloguinho", em princípio o último, que fecha este período de estruturação do Blogue da Comunidade Portuguesa no Chile.

Em http://actosconsularesvistos.blogspot.com/ os vossos amigos, cidadãos estrangeiros residentes no Chile encontrarão informação útil sobre obtenção de vistos e outras matérias de interesse para quem queira viajar a Portugal, para efeitos de turismo, estudo ou trabalho.

Este sub-blogue encontra-se ainda em fase embrionária e em Língua portuguesa - espero nos próximos dias poder disponibilizar conteúdos em Castelhano, uma vez que se destinam essencialmente aos cidadãos chilenos.

Quero agradecer novamente o reiterado interesse de quantos são "leitores" assíduos do Blogue da CPC (ascendem quase a 850) e continuo receptiva às sugestões que queiram fazer para a melhoria do Blogue (e sub-blogues criados) e para a crescente aproximação da Comunidade à Embaixada e a Portugal.

Ass. Lúcia Portugal Núncio

Programa "Portugal no Coração"

Como se recordarão, da notícia publicada a 20 de Junho último, o Programa "Portugal no Coração" é uma iniciativa que tem como objectivo proporcionar uma estadia de curta duração em Portugal a cidadãos idosos, de nacionalidade portuguesa, residentes no estrangeiro.
Muitos se candidataram, em todo o mundo.

É com muita alegria que o Blogue da CPC informa que foi contemplada uma Compatriota residente no Chile para edição de Outubro deste Programa: A Srª MARIA URBANA ALENCE GOMES foi seleccionada e viajará no final do próximo mês a Portugal .

Parabéns, Srª Maria Urbana!

Dois Dedos de Conversa com: Fernando Simas

O Blogue da Comunidade Portuguesa no Chile vai publicando, de tempos a tempos, uma série de entrevistas a membros da CPC que, de uma ou outra forma, têm uma relação de proximidade com os restantes Compatriotas e com Portugal. Desejamos dar a conhecer os rostos visíveis que estão por detrás dos números e das estatísticas sobre a CPC: homens e mulheres, jovens e não tanto, portugueses e luso-descendentes que, ao escolherem o Chile para residir, mantêm Portugal "aconchegadinho" ao peito, falam o nosso idioma e são, cada um deles, testemunho da Alma Lusitana neste País.

Hoje, demos dois dedos de conversa com Fernando Simas:

Nome: Fernando Moreira Muniz Simas
Ano de chegada ao Chile: 1996
Profissão / Ocupação: Administrador de Empresas; Gerente Geral da DIL Brands
Passatempo(s) preferido(s): Família e Ski (a minha filha de 4 anos é fanática!)

BCPC: Porque veio para o Chile?
- Para abrir a filial da DIL Brands, que é uma empresa de design gráfico e industrial, fundada no Brasil em 1961.

BCPC: Quais foram as primeiras impressões?
- A primeira vez que vim ao Chile foi em 1992. Vindo do Brasil, achei um país extremamente ordenado e – por ser muito sensível ao tema por ter vindo de São Paulo – seguro.

BCPC: O que identifica, hoje, este País e o distingue dos restantes países da América Latina?
- Sinto que as reformas económicas pelas quais passou este país fazem com que ele tenha uma base de sustentação do crescimento para muitas décadas mais. Isto somado a um positivo inconformismo, no sentido de melhorar e autoafirmar-se – e a possibilidade de fazê-lo – fazem do Chile um dos poucos países que brevemente eliminará a pobreza absoluta.

BCPC: Como tem sido recebido pelos chilenos, ao nível profissional?
- Muito bem. Acho que os estrangeiros neste país têm uma situação única e privilegiada.

BCPC: Tem amigos chilenos?
- Vários, em grande medida incentivado pelos pais de amigos do colégio de minhas filhas (são 3 e chilenas).

BCPC: O que diferencia os chilenos dos portugueses?
- Acho que o espírito de novo mundo e ter uma história mais recente.

BCPC: O que nos une?
- Esta coisa portuguesa de migrar e viajar a qualquer parte do mundo para fincar uma bandeira.

BCPC: Do que gosta mais, no Chile?
- Desta mistura de grande e pequeno país, com o mais moderno mas também com o mais pacato.

BCPC: E menos?
- As filas. Sempre que estou numa fila, alguém aparece do lado e entra à minha frente com se eu fosse transparente. Isto não melhorou nos meus 12 anos aqui.

BCPC: Tem saudades de Portugal? De quê?
- Terra de meus avós e meus pais, embora eu seja nascido no Brasil. Morro de saudades dos Natais em Viana com meus tios, de Barcelos, terra de meus avós maternos, e da açorda que prepara a Celeste, empregada na casa dos meus padrinhos. A Ilha do Pico, terra de meus avós paternos, será objeto de visita no próximo Verão europeu.

BCPC: Que imagem de Portugal têm os chilenos?
- Acho que muito positiva, mas eu vejo-os muito ligados à Espanha (com razão). Portugal é aquela terra de pessoas muitos simpáticas que fica ao lado da Espanha.

BCPC: O que espera ainda realizar no Chile?
- Difícil. Tive os meus melhores momentos neste país e honestamente não posso dizer nada nem reclamar das oportunidades que me deu. Mas o próximo passo é instalar-me em Portugal.

BCPC: Quando se for embora do Chile, de que vai sentir mais saudades?
- Dos nascimentos das minhas três filhas e dos momentos de tranquilidade que passei aqui. É património do Chile.

BCPC: Que mensagem gostaria de transmitir à Comunidade Portuguesa e Luso-Descendente residente no Chile?
- Aos novos, que por favor contem comigo e com minha esposa, Sílvia, para o que necessitem para que se sintam em sua casa. Estamos à sua disposição. Aos mais antigos, que nos encontremos a tomar um vinho verde, que não sei onde encontrar por aqui...


5 sentidos... 2 corpos e 1 alma

O Chile ...

Um sabor: Cabernet Sauvignon
Uma música / som: Silêncio do meu bairro ao pé da Cordilheira
Um aroma / cheiro: Empanadas de pino
Um objecto: a chupalla (chapéu de huaso)
Uma imagem: San Pedro de Atacama; realmente algo incomparável
A personalidade (actual) que mais admira: Minha esposa; não sei de onde tira forças para me dar tanto apoio
A figura (histórica) que mais marcou o País: Allende/Pinochet, já que um não existiria sem o outro
Um lugar que nunca esquecerá: Uma “paila de huevos revueltos” que comi em casa da Sra. Copelia en La Unión, perto de Osorno; a sensação de amizade e carinho foi única.


... e Portugal ...

Um sabor: a pescada mais fresca do mundo num dos restaurantes da Ribeira, no Porto
Uma música / som: Fados de Coimbra
Um aroma / cheiro: a loja de minha tia em Viana (uma perfumaria)
Um objecto: um dente de cachalote que me deu meu avô Açoriano; é um tesouro e objeto das histórias mais fantásticas de minha infância.
Uma imagem: O Pico da Ilha do Pico; mais bonito que o Osorno (uma provocação)
A personalidade (actual) que mais admira: Alexandre Soares dos Santos, o irmão que meu pai não teve.
A figura (histórica) que mais marcou o País: Difícil por não viver lá nestes anos, mas tenho óptima imagem dos governos do Cavaco Silva.
Um lugar que nunca esqueceu: Aveiro, não pelos ovos moles mas por dois pescadores que conhecemos aí, eu e meu pai: o mais “novo” tinha 92 anos e não saiu a pescar porque o mar estava muito bravo.


O Blogue da CPC agradece a Fernando Simas a disponibilidade em dar dois dedos de conversa com a Comunidade Portuguesa no Chile!

Passamos o testemunho a...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Recital do Pianista José Bon de Sousa

No próximo dia 25 de Setembro, às 19 horas, terá lugar na Casa Central da Universidade do Chile um recital do famoso Pianista português José Bon de Sousa, organizado conjuntamente pela Embaixada de Portugal, o Instituto Camões e a Vice-reitoria de Extensão daquela Universidade.
Os convites foram nesta data enviados por via electrónica.
A entrada é totalmente livre, porém, eventuais interessados deverão confirmar a sua presença ao número de telefone 978 1170, sem o que não poderá ser assegurado lugar.
O recital inclui obras Carlos Seixas, W. A. Mozart, Armando José Fernandes e F. Chopin.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

APD portuguesa para o Chile

O Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD) quase duplicou os montantes afectos a programas de Ajuda Pública ao Desenvolvimento para o Chile, nos últimos 4 anos.

Em 2004, foram destinados 36.940 Euros em APD, enquanto que no ano transacto, essas verbas mais do que duplicaram, registando-se em 92.998 Euros, destinados essencialmente às áreas da educação e cultura.
Durante este quadriénio, a APD portuguesa para o Chile ascendeu a mais de 242.000 Euros, o que representa, contudo, uma pequena percentagem da APD destinada à América Latina, que, só em 2007 somou 3.600.242 Euros, afectos, na sua maior parte ao Brasil.

Em termos gerais, a distribuição geográfica da APD faz-se maioritariamente pelo continente africano (52%) sobretudo a sul do Saara onde se situam os cinco PALOP, e que em 2007 representou 46% do destino total da APD Bilateral portuguesa. A APD destinada à América Latina continua a ser residual, não ultrapassando em 2007 os 2%.

Para mais informações, consultar a página web do IPAD em http://www.ipad.mne.gov.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=28&Itemid=59


quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O "RUT" português - o Cartão do Cidadão

O Cartão de Cidadão, recentemente instituído, substituirá os actuais Bilhete de Identidade, Cartão de Contribuinte, Cartão da Segurança Social, Cartão de Utente do Serviço Nacional de Saúde e Cartão de Eleitor.
Um pouco à semelhança do que acontece com o RUT / RUN no Chile.

Basta que o cidadão se dirija a um dos serviços competentes (nomeadamente Loja do Cidadão) e apresente os seus documentos (se tiver idade inferior a 12 anos de idade, deverá ser acompanhado por quem, em termos legais, exerce o poder paternal, a tutela ou curatela).
Aí serão recolhidos os dados biométricos (impressões digitais, altura e fotografia) e a assinatura, que posteriormente será digitalizada para o rosto do cartão.
Em média, no espaço de cinco dias úteis, o cidadão deverá receber em sua casa a Carta PIN, documento com três códigos que permitem o levantamento e activação do cartão no mesmo local onde tenha sido solicitado.


Mais informações em http://www.cartaodecidadao.pt/index.php?option=com_content&task=section&id=5&Itemid=35&lang=pt
Desconhece-se ainda quando os Consulados estarão habilitados para a tramitação e entrega deste documento.
No estrangeiro, o valor ascenderá aos 35 Euros, com algumas excepções.

Um documento oficial apostilhado em Portugal é válido no Chile?

A Apostilha é uma formalidade emitida sobre um documento público (ou em folha ligada a ele) que certifica a autenticidade do mesmo.

A Apostilha aplica-se apenas a documentos públicos lavrados no território de um Estado-Parte da Convenção Relativa à Supressão da Exigência da Legalização dos Actos Públicos Estrangeiros, concluída na Haia a 5 de Outubro de 1961 e que devam ser apresentados no território de outro Estado também contratante da referida Convenção.

O Governo Português designou Sua Excelência o Procurador-Geral da República (Distrito de Lisboa) e os Procuradores da República junto das demais Relações (Coimbra, Évora, Porto, Regiões Autónomas da Madeira e Açores) como autoridades competentes para emitir a apostilha em documentos oficiais emitidos, a título de exemplo, pelas Conservatórias, Cartórios Notariais, Juntas de Freguesia, Estabelecimentos de Ensino Público, Ministérios e Tribunais.

O sistema implementado pela Convenção em causa reconduz-se, em suma, a um processo de validação internacional de documentos públicos bastante mais simples e célere do que o sistema geral de legalização de actos públicos estrangeiros praticada pelas autoridades consulares.

O Chile não ratificou a Convenção da Haia de 1961, pelo que não reconhece (nem emite) a Apostilha.

Por esse facto, os documentos públicos emitidos em Portugal deverão ser legalizados pelo Consulado do Chile em Lisboa, a fim de serem reconhecidos neste País. E os documentos oficiais chilenos deverão ser legalizados nesta Secção Consular, caso contrário não serão reconhecidos em Portugal.


Para mais informações sobre a Apostilha, consultar o site da PGR. Para conhecer os procedimentos para a legalização de documentos oficiais, consultar o blogue da CPC-Notariado.

"El Otro Bicentenario" - Jornadas sobre a Chegada da Família Real portuguesa ao Brasil



Terminaram ontem as Jornadas sobre a Chegada da Família Real portuguesa ao Rio de Janeiro, em 1808, organizadas conjuntamente pelas Embaixadas de Portugal e do Brasil e pelo Instituto Camões, com a colaboração da Universidade do Chile.

Na sessão inaugural estiveram presentes, para além dos Embaixadores de Portugal e do Brasil e dos ilustres palestrantes (que constam do Programa enviado electronicamente aos Compatriotas), o Decano e o Director de Extensão da Faculdade de Filosofia e Humanidades, os Agregados Culturais do Brasil e de Portugal, a Encarregada da Secção Consular de Portugal, Embaixadores e outros representantes do Corpo Diplomático, alunos do Curso de Português na Universidade do Chile e público em geral.

As Jornadas contaram com uma audiência de cerca 100 pessoas.


O convidado de honra da Embaixada de Portugal, Prof. Dr. Miguel Seixas (Universidade Lusíada) proferiu uma palestra intitulada "O simbolismo do território na heráldica estatal portuguesa - Considerações em torno das armas do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves". O jornalista brasileiro, Dr. Laurentino Gomes fez uma apresentação do seu livro, publicado já em inúmeros países, intitulado "1808: A invenção do Brasil".


Seguiu-se um concerto de clausura, pelo Grupo de Câmara Vox Coelestis, interpretando obras coevas de autores portugueses, brasileiros e estrangeiros.




segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Cidadania Europeia

É cidadão da União Europeia qualquer pessoa que tenha a nacionalidade de um Estado-Membro. A cidadania da União foi instituída pelo Tratado de Maastricht em 1992 e é complementar da cidadania nacional, não a substituindo. Os cidadãos da União gozam dos seguintes direitos:
  • liberdade de circulação e direito de residência no território dos Estados-Membros;
  • direito de eleger e de ser eleito nas eleições para o Parlamento Europeu e nas eleições municipais do Estado-Membro de residência;
  • direito à protecção das autoridades diplomáticas e consulares - isto significa que se um cidadão português viajar a algum País onde não haja representação diplomática do Estado Português (Bolívia, Paraguai, Equador, por exemplo), poderá solicitar protecção consular a qualquer Embaixada / Consulado de outro Estado-Membro;
  • direito de petição ao Parlamento Europeu;
  • direito de se dirigir ao Provedor de Justiça.

Nacionalidade dos Estados-Membros

Uma vez que a cidadania da União Europeia não substitui a cidadania nacional, a nacionalidade de um Estado-Membro é uma questão da sua exclusiva competência. Por conseguinte, cabe a cada Estado-Membro, no pleno respeito do direito comunitário, estabelecer as condições para a aquisição e a perda de nacionalidade. A União Europeia não dispõe de qualquer competência neste domínio.

Aniversariantes da CPC em Setembro

Este mês estão de parabéns os nossos Compatriotas:

Ana Maria da Silva Moura Madeira Terenas
Ana Rita Furtado de Sousa
Andrea Celeste Arredondo Rodrigues
Caroline Nicole Arredondo Rodrigues
Eunice Macedo de Castro Oliveira
Fabia Joana Godoy Muñoz Ferro Romão
Gonzalo Andres Serrano Belmar
Isis Fuentes Pereira
Ivan Claudio Morovic Jara
João Manuel Teixeira da Silva Melo
Jonas Abreu Eyzaguirre
Jose António Juan Gomez Diez
Lúcia Portugal Núncio
Luis Salvador Gomes Baptista
Manuel Eugenio Zuñiga Serrano
Martin Quijada Terenas
Oscar Ramon Gomez Vergara
Paulina Cecilia Serrano Belmar
Paulo Jorge Reis Pereira
Rui Miguel Fonseca Neves de Sá
Sabina Teixeira Rocha
Sandra de Freitas Manuelito
Teresa Pinto da Rocha Jorge Ferreira

(Ver Calendário, abaixo)


Felicidades para todos eles!
(se não está nesta lista e também festeja as suas "primaveras" este mês, informe-nos via consulado@embportugal.tie.cl)